domingo, 27 de fevereiro de 2011

A solidão


a solidão 
da identidade de classe adormecida
é a nossa realidade de sol, de sal e salitre
é a dor cáustica sobre a pele
é o parto, é a prole,
é a andança e a fome,
é o nutrir-se de luz
E o vazio gástrico do amanhã

é a busca incessante e o estilhaço no peito
da luta diária
do silencioso chão de fábrica
da cólera reprimida,
do sofrimento engasgado
é o sangue jorrando
e o choro guardado
é a vida sem voz
é a voz sem vez
é o véu da injustiça
e a dor castigante
sem força e braço
sem rumo e sem destino
a viver nessa solidão

a semelhança com águas de março, brejo da cruz e outras músicas e poesias mais não é mera coincidência. 
na falta de inspiração, pedir emprestado um punhado de palavras daqui e dali não fará falta aos grandes mestres...créditos a Tom Jobim, Chico Buarque, Augusto dos Anjos e por aí vai. Pedi inspiração, ela não chegou, os mestres se solidarizaram com meu penar.



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